Temos que querer, genuinamente, uma equipa feliz, independentemente dos resultados que obtivermos

O que é felicidade para si?

Felicidade é algo intrínseco que resulta de um equilíbrio físico e psíquico, tendo por isso várias dimensões. São momentos da nossa vida, retalhos, que todos juntos se transformam em algo prazeroso.

Felicidade é gostarmos daquilo que temos, valorizarmos as nossas conquistas e partilhá-las com os outros.

O que faz para ser mais feliz na sua vida e carreira?

Uma das coisas mais importantes é ter o privilégio de fazer aquilo que gosto a nível profissional. Sem dúvida que isso contribuí em muito para ser mais feliz.

Por outro lado procuro, tanto a nível pessoal como profissional, colocar em prática os valores que me foram transmitidos pela minha família – Respeito, Segurança, Solidariedade, Partilha, Cooperação e Tolerância.

Assumindo que é importante para uma empresa ter colaboradores felizes, o que é que o Grupo Bernardo da Costa faz, em termos práticos, em prol da felicidade dos seus colaboradores?

Tentamos encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal de cada um. Todos nós somos seres complexos e multidimensionais. Se há 2 ou 3 anos atrás eu achava que era importante agregar apenas serviços que facilitassem a vida familiar dos nossos colaboradores, hoje entendo que isso não chega. Temos que ir mais além.

Posso, com orgulho, dizer que no Grupo Bernardo da Costa temos colaboradores empenhados e dedicados ao sucesso de cada uma das empresas do Grupo.

Durante estes tempos difíceis que temos vivido percebi que o teletrabalho, para além de ser uma realidade perfeitamente enquadrável na nossa forma de trabalhar, também contribui para a felicidade dos nossos colaboradores, sem diminuir a produtividade. Aliás, muitas vezes até aumenta. E é por isso que estamos já a estudar esta situação para permitir que os colaboradores possam ter dias de teletrabalho durante a sua rotina semanal.

No Grupo Bernardo da Costa não temos máquinas, temos pessoas, que estando felizes agregam valor a cada uma das empresas.

Fala-se muito sobre a necessidade das empresas criarem as condições para que os seus colaboradores se possam sentir felizes. Mas no seu entender, de quem é a responsabilidade pela felicidade corporativa – da empresa ou dos colaboradores?

Esta responsabilidade tem que ser sempre partilhada. Não podemos obrigar ninguém a ser feliz, mas temos a obrigação de construir o caminho. Cada um depois decide se o quer percorrer e em que momento. Até porque a felicidade não é um estadio que se atinja.

A felicidade é algo que se cultiva, que cresce e que, às vezes, também murcha. Por isso deve ser alimentada constantemente, por nós, indivíduos, e por quem nos rodeia (empresa).

Surgiram entretanto novas funções adoptadas por algumas empresas – o Chief happiness Manager (CHO) e o Happiness Manager (HM) - será mesmo necessário existir a tempo inteiro um CHO ou HM e porquê?

 Isso pode variar de acordo com a realidade de cada empresa. Acredito que numa empresa com centenas de colaboradores faça sentido existir alguém dedicado a tempo inteiro. No nosso caso ainda não temos essa necessidade.

Qual o papel dos líderes na felicidade corporativa e o que devem fazer para remover ou evitar os obstáculos à felicidade corporativa?

Tratar todas as pessoas de igual forma, ouvi-las, conhecê-las, saber o que valorizam, não permitir faltas de respeito entre elas e fomentar um espírito de equipa.

É muito importante a valorização pessoal e mostrar às pessoas que o seu trabalho é importante na empresa, que fazem parte de um todo. Por isso, usarmos palavras como “obrigado”, “parabéns”, “excelente trabalho” são portas abertas à felicidade corporativa.

Verifica mesmo, na prática, uma relação entre a felicidade dos colaboradores, a sua produtividade e a performance financeira das empresas?

Infelizmente isso são métricas muito difíceis de medir, mas uma coisa tenho a certeza, um colaborador feliz e orgulhoso veste a camisola da empresa todos os dias.

Mas é importante percebermos uma coisa. Para um gestor, o aumento da produtividade e performance financeira deverá ser uma consequência do seu objetivo: a felicidade e bem-estar dos seus colaboradores. Isto é, se invertermos a situação não vamos ter resultados.

Com isto quero dizer que temos que querer, genuinamente, uma equipa feliz, independentemente dos resultados que obtivermos. Sei que sem vendas e sem lucro deixamos de ter negócio mas também sei que se envolvermos as pessoas, a probabilidade de sermos bem sucedidos é muito maior.

Qual o foi o momento da sua carreira em que se sentiu mais feliz?

Sinceramente e olhando para os já 19 anos da minha carreira profissional não consigo destacar um momento.

Sempre que vejo um sorriso de uma pessoa das empresas que lidero, um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, um projeto concretizado com sucesso ou ainda, e mais importante do que tudo, quando conseguimos ajudar e fazer a diferença na vida de alguém.

Estes são os momentos em que me sinto muito feliz.

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Acreditamos que o foco deve ser a pessoa e não o processo e que isso faz toda a diferença

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A autonomia e o desenvolvimento é o que permite às pessoas serem felizes.